No espírito de fortalecer a rede de apoio para mães, O Boticário, renomada empresa de cosméticos, decidiu celebrar o Dia das Mães de uma maneira única e significativa. Reconhecendo que as mães desempenham um papel crucial em nossas vidas e comunidades, o Boticário lançou uma iniciativa que não apenas honra as mães, mas também promove a solidariedade e a conexão entre as pessoas.
O Trabalho Invisível das Mães: Uma Sobrecarga Inequitável
O trabalho de cuidado, na maioria das vezes, é invisível, não-remunerado e não conta como ocupação. E quem são as principais responsáveis por ele? As mães. Quem está sobrecarregada? Também são elas.
Os dados nos ajudam a explicar: no Brasil, as mulheres fazem, por semana, 10 horas a mais de trabalho de cuidado e de afazeres domésticos do que os homens, tendo elas emprego formal ou não (PNAD Contínua, 2019).
O que chamamos de Economia do Cuidado — todo o trabalho que se dedica à educação, à sobrevivência e ao bem-estar de outras pessoas — adiciona, pelo menos, US$ 10,8 trilhões por ano à economia global (Oxfam, 2020). Todo esse valor é gerado por mulheres e meninas ao redor do mundo.
O Boticário celebra a Maternidade Real e promove Solidariedade com campanha
O Boticário aproveita o Dia das Mães para convidar as pessoas a serem rede de apoio delas e ajudarem a transformar essa dura realidade. Um filme lindo, sensível, potente, que estimula um movimento de apoio e empatia às mães.
O vídeo, idealizado pela AlmapBBDO, se inicia com o “close up” nos olhos fechados de uma mãe que, ao ouvir o choro de seu recém-nascido, imediatamente abre os seus olhos. Quando o plano se abre, é possível perceber que a mãe se encontra numa ilha deserta e o sofá em que está sentada é invadido pelas águas. Isso não é por acaso; afinal, a água se relaciona às emoções, que são exacerbadas na matrescência – termo cunhado por Dana Rafael, em 1973, que se refere ao processo da mulher se tornar mãe.
Não é uma coincidência que as palavras “matrescência” e “adolescência” sejam parecidas. Essas são épocas em que o corpo se transforma e a mudança hormonal leva as pessoas a um certo “caos”, afetando suas emoções e como elas se enxergam no mundo.
“Desde que eu vim parar aqui, muita coisa aconteceu. Esse lugar me faz muito feliz, mas preciso dizer: ele é um pouquinho assustador. Me sinto cansada, esgotada, exausta.
A fala inicial do filme considera o dilema vivido pelas mães. Apesar de ser um local de felicidade, principalmente quando a gestação é planejada e desejada, a maternidade traz um peso que é pouco explorado pela mídia, empresas e sociedade em geral. Em vez de se concentrar na transição da identidade da mulher, a maioria das campanhas invisibilizam ou banalizam as mães. Quando existe um olhar para a mãe, este olhar, na grande maioria das vezes, romantiza a maternidade, ignorando os desafios presentes nesta importante fase da vida, aumentando a culpa e as inseguranças maternas, um verdadeiro desserviço.
As águas do filme reforçam o território rico em dilemas e inseguranças, e faz com que a mãe realize, forçadamente, um mergulho em si própria, encarando seus medos, seus piores defeitos e emoções conflitantes. O espelho que aparece em cena simboliza este olhar sem filtros para suas sombras. Não há como fugir do espelho que reflete o cansaço, esgotamento e exaustão de uma mãe. A maternidade ejeta a mulher de sua zona de conforto mas, ao mesmo tempo, diz muito sobre autoconhecimento e superação.
“Me sinto cansada, esgotada, exausta, com medo de não conseguir dar conta de tudo. De não ter respostas. Por isso, esse aqui não é só um pedido de ajuda; é para lembrar que estamos assim porque nos sentimos sós.
A palavra “SÓS” se torna a sigla “S.O.S”, escrita na areia. A partir desse pedido de ajuda, resultante da vulnerabilidade da mãe, o filme vai para um novo cenário. A solidão extrema e o total desconhecido dão lugar à sua rotina, agora em sua casa. Essa transição reforça a importância de se pedir e, sobretudo, de aceitar ajuda.
Em sua casa, a mãe aparece acalmando o choro do recém-nascido. Sobre a cena, o lettering: “62,7% das mães se sentem cansadas e sobrecarregadas (Pesquisa Portal Mommys)” reforça o esgotamento das mães.
A partir disso, entram em cena pessoas – homens e mulheres – que imediatamente auxiliam a nova mãe nas mais diversas tarefas. Compartilhamento de tarefas e também de afeto são percebidos em cena, o que provoca sorrisos e uma sensação de tranquilidade e bem-estar na mãe. Enquanto isso, um novo lettering aparece, apresentando a hashtag: #SejaRedeDeApoio, enquanto a locução reforça “Quem ama, também precisa de amor”.
Para fechar o filme, o filho mais velho desce as escadas de sua casa e entrega, juntamente com um abraço caloroso, um presente do Boticário para sua mãe. Em off a mensagem: “O Boticário. Onde tem amor, tem beleza”.
A caracterização da personagem, a trilha, tudo cuidadosamente pensado para agregar ainda mais autenticidade e emoção à narrativa. A releitura da música: “With a Little Help From My Friends – The Beatles” reforça o conceito da campanha e mostra como uma “ajudinha” pode significar muito: “Oh, I get by with a little help from my friends. Hmm, I get high with a little help from my friends. Hmm, gonna try with a little help from my friends”.
A campanha incentiva que todas as pessoas assumam o seu papel como rede de apoio das mães. Afinal, como diria o provérbio africano, “é preciso uma aldeia para educar uma criança”.
Renata Gomide de Carvalho, VP de Consumer do Grupo Boticário, reforça: “O Boticário é uma marca que está em 2 a cada 3 casas brasileiras, sabemos da nossa responsabilidade de levar temas para a reflexão em prol de uma sociedade melhor. Estamos felizes por trazer para o Dia das Mães um tema verdadeiro, de forma sensível que está tocando as pessoas. A rede de apoio é fundamental para que a mãe possa passar bem e feliz pela maternidade, sabemos que é uma das grandes realizações na vida, mas é também um processo exaustivo que precisa ser compartilhado”.
Empresas como rede de apoio
O Grupo Boticário foi uma das primeiras empresas do Brasil a oferecer a Licença Parental Universal, ou seja, o mesmo número de dias de licença para homens e mulheres da companhia, independentemente de gênero ou configuração familiar. Esta prática reforça o entendimento do Grupo como rede de apoio de colaboradores e colaboradoras. Implica também no entendimento de que é preciso envolver os homens na pauta do cuidado para diminuir as desigualdades de gênero.
E falando neste olhar profundo e na responsabilidade das empresas em relação ao tema, a consultoria Maternidade nas Empresas atua, desde de 2017, junto às empresas neste sentido. Somos a primeira consultoria para equidade de gênero pela valorização da parentalidade no universo corporativo. Na campanha do Dia dos Pais para o Grupo Boticário de 2022, a consultoria agregou o seu olhar ao filme contribuindo para sensibilidade, cuidado, inclusão e diversidade na narrativa, trazendo o “PATERNAR” aos nossos dias, sempre atenta à construção de futuros regenerativos.
Resgatar e refletir sobre os desafios que são superados e sobre os aprendizados que vêm com o nascimento de filhos e filhas, pode ajudar todas as pessoas e também as empresas. A maternidade é algo que transcende o biológico. Afinal de contas, quem não está gestando planos, ideias, projetos e até sonhos?
Ações práticas: O que você pode fazer para ser rede de apoio das Mães?
Para impulsionar uma transformação social, a consultoria Maternidade nas Empresas criou o #Pacto pela Parentalidade, propondo ações que apoiam as mães e que inserem os homens na pauta do cuidado.
Com o pacto, te desafiamos a deixar para trás os mitos, ou vieses, de que mães não são boas profissionais ou que produzem menos, que elas não querem crescer na carreira e precisam ser poupadas de desafios, que só se dedicam aos filhos e filhas e que ficam desatualizadas com a maternidade. Te desafiamos a abandonar a crença de que o trabalho de cuidado é essencialmente das mulheres.
Incentivamos você a trocar tudo isso pela ideia de que a parentalidade é impulso. Cuidar de um outro ser humano é um PhD intensivo de soft skills: tem resiliência, habilidades de comunicação e negociação, capacidade de resolver problemas, gestão de tempo e criatividade a mil por hora. É como costumamos dizer: Nasce uma mãe, nasce uma líder!
Também convidamos você a fazer a sua parte neste movimento, independente do seu papel na sociedade, seja você mãe, pai, RH, liderança em empresa, pessoa sem filhos ou filhas e até governo: tem tarefa para todo mundo! Conheça abaixo as ações que podem ser feitas para valorizar a parentalidade e diminuir as desigualdades de gênero:
SOU LIDERANÇA o que posso fazer para apoiar a maternidade?
- Contratar mais mães em 2023
- Excluir do recrutamento perguntas sobre maternidade (na dúvida do que perguntar, reflita: você faria essa mesma pergunta para um candidato homem?)
- Estimular os pais do meu time a se envolverem na pauta do cuidado (exemplo: incentivar que eles usufruam da licença-paternidade e que participem de grupos de afinidade)
- Respeitar os horários das pessoas do meu time (exemplo: saber das particularidades de cada profissional para não marcar reunião em horários que podem ser ruins, como a hora do almoço ou o momento de levar e buscar as crianças na escola)
- Estabelecer momentos de escuta e acolhimento para mães, pais e figuras parentais (exemplo: você pode criar rodas de conversas periódicas com temas ligados à parentalidade e as datas comemorativas, como dia das mães e dos pais, podem ser uma boa oportunidade para iniciar esse processo)
- Encarar a licença parental como uma oportunidade de desenvolver as outras pessoas do time (é preciso um planejamento para quem saiu de licença, mas também para as outras pessoas que ficaram. Quem ficou pode ter novos desafios, aprender novas habilidades e ter novas oportunidades de treinamentos)
- Planejar o retorno de quem sair de licença-parental para que as pessoas se sintam acolhidas na volta à empresa (há muito o que se fazer, mas você pode, por exemplo: marcar o retorno para uma quinta-feira para que a pessoa tenha o fim de semana para se organizar, ter uma conversa de atualização assim que a pessoa voltar e mantê-la na mesma função que tinha antes da licença)
- Quando tomar decisões que afetam mães e pais, perguntar e não apenas supor (exemplo: você pode acreditar que uma mãe é perfeita para uma promoção, mas acabar sem promovê-la porque acha que ela não teria disposição ou disponibilidade. Em vez de supor isso baseado nas suas crenças e vieses, pergunte a ela antes)
- Confira outras ações
SOU RH OU EMPRESA: Como posso ajudar na criação de uma cultura de apoio às mães?
- Oferecer benefícios de apoio a mães, pais e figuras parentais (exemplo: auxílio-creche, plano de saúde, isenção das consultas de pré-natal, licença-parental)
- Capacitar a liderança acerca do acolhimento da parentalidade (exemplo: treinamentos de vieses inconscientes e de como acolher a parentalidade)
- Criar grupo de afinidade da parentalidade (espaços seguros formados por pessoas que trabalham na empresa e que querem conversar sobre o tema e criar ações propositivas para a organização)
- Criar mentoria para desenvolver a carreira de colaboradoras que são mães
- Criar programas de re-onboarding para quem volta da licença parental (a volta da licença pode ser um momento estressante. É comum que, durante esse tempo, muita coisa tenha mudado na empresa, o que faz com que a pessoa possa se sentir perdida. Por isso, é importante ter um programa para acolher a volta de quem saiu de licença e fortalecer o relacionamento entre a pessoa e a empresa)
- Realizar a equiparação salarial entre gêneros
- Oferecer treinamentos de paternidade presente
- Criar métricas (KPI’s) para monitorar a demografia de mães e demais grupos minorizados na empresa e para medir políticas de apoio à parentalidade
- Encarar a parentalidade também como uma oportunidade de autodesenvolvimento profissional de mães e pais (as habilidades que as figuras parentais desenvolvem no cuidado com crianças, como empatia, gestão de crise, comunicação, oratória, e liderança, podem ser usadas na carreira)
- Confira outras ações
SOU MÃE: Como posso me posicionar para ajudar outras mães?
- Reconhecer que ser mãe me fez aprender um bocado de novas habilidades desejadas pelo mercado (exemplo: comunicação, negociação, resiliência, inteligência emocional e muitas outras)
- Me preparar para saber listar essas habilidades aprendidas tanto nas entrevistas de emprego, quanto no currículo e no dia a dia do trabalho
- Entender que eu não deixo de ser uma boa mãe porque quero desenvolver a minha carreira
- Criar a minha rede de apoio e saber pedir ajuda quando precisar (a sua rede de apoio não precisa ser somente de membros da família. Ela pode ser formada por pessoas que moram perto de você, colegas de trabalho, amigos e amigas, babá, escola, empresa e muitos outros)
- Refletir e descobrir quais são os meus “inegociáveis” e pontuá-los com a liderança e com outras pessoas ao meu redor (todas as pessoas têm aqueles valores e crenças que são essenciais para qualquer relação. Caso acredite que esteja em um ambiente seguro, sinta-se firme para se posicionar sobre eles. Quando nos posicionamos sobre como queremos ser tratados, isso nos faz sentir melhor. Dar limite para o outro contribui para o meu bem estar)
- Aprender a liderar a mim mesma. Nasce uma mãe, nasce uma líder! (é importante saber se colocar no papel de protagonista e de tomadora de decisões)
- Me permitir não dar conta de tudo (é importante entender que não vai dar para equilibrar todos os pratinhos sempre. Uma hora eles vão cair, mas você vai poder escolher qual deles será)
- Confira outras ações
SOU PAI: Como posso dar suporte à maternidade e fortalecer meu papel na paternidade?
- Reconhecer que ser pai me fez aprender um bocado de novas habilidades desejadas pelo mercado (exemplo: comunicação, negociação, resiliência, inteligência emocional e muitas outras)
- Ser protagonista na vida da minha criança (lembre-se: você não é um ajudante, você é o pai do seu filho ou filha e toda a responsabilidade de criação também é sua)
- Revisar os meus conceitos sobre masculinidade (exemplo: permitir-se ser vulnerável, demonstrar sensibilidade, desafiar o que é posto culturalmente como ‘papel de homem’)
- Consumir mais conteúdos sobre paternidade presente (exemplo: seguir pais presentes nas redes sociais, ler mais livros e assistir mais palestras sobre o tema)
- Utilizar a licença-parental para me envolver no cuidado da minha criança (independentemente da modalidade de licença que a sua empresa oferecer, seja ela de cinco dias ou mesmo de seis meses, utilize-a por completo para desempenhar a sua função de pai)
- Entender o meu papel na causa da parentalidade e me posicionar (exemplo: repreender ‘piadas’ e ofensas sobre maternidade e paternidade feitas por amigos ou por colegas de trabalho, falar sobre o tema com outras pessoas e com quem não é pai)
- Entender que, se eu não tive um bom exemplo de pai, eu posso mudar isso. Eu posso ser um bom pai.
- Me envolver em todos os estágios da gravidez ou da adoção
- Confira outras ações
SOU UMA PESSOA SEM FILHOS: Qual é meu papel na rede de apoio às mães?
- Entender o meu papel na causa da parentalidade e me posicionar (exemplo: repreender ‘piadas’ e ofensas sobre maternidade e paternidade feitas por amigos ou colegas de trabalho e falar sobre o tema com outras pessoas sem filhos ou filhas)
- Ser rede de apoio e oferecer ajuda para as figuras parentais do meu time (pode ser difícil para quem não tem filhos ou filhas entender o que alguém que tenha precisa, mas você pode sempre perguntar qual é a melhor forma de ajudar. Pode ser que alguém do seu trabalho precise de uma mentoria, uma ajuda com algum projeto que não entendeu ou com alguma atualização que perdeu enquanto estava de licença)
- Participar de eventos sobre parentalidade (pode ser uma palestra, um treinamento, um grupo de afinidade ou até uma roda de conversa. Não é porque você não tem filhos ou filhas que você não pode fazer parte dessa causa. É importante se envolver!)
- Mentorar uma mãe ou um pai
- Indicar uma mãe ou um pai para uma vaga de emprego ou para um projeto
- Ser um embaixador ou embaixadora da ideia de que a parentalidade é impulso de pessoas e negócios
- Entender que parentalidade também faz parte da minha vida, ainda que eu não tenha filhos ou filhas (todas as pessoas vieram de algum lugar e foram cuidadas por alguém, ainda que não sejam pais e mães. O que faz com que a sociedade seja formada por pessoas adultas, que um dia também foram crianças, e crianças que um dia serão pessoas adultas. Por isso, a causa da parentalidade é de todo mundo!)
- Confira outras ações
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Fortalecendo a Rede de Apoio para Mães: O Legado do Boticário no Dia das Mães
A iniciativa do Boticário no Dia das Mães exemplifica o poder que uma empresa pode ter ao criar uma rede de apoio para mães e promover a empatia em nossa sociedade. Ao reconhecer o papel essencial das mães e incentivar a generosidade, o Boticário não apenas celebrou as mães, mas também fortaleceu os laços entre as pessoas. Isso nos lembra que, juntos, podemos criar um ambiente mais acolhedor e solidário para todas as mães e suas famílias. A rede de apoio para mães é um tesouro a ser cultivado e celebrado, não apenas no Dia das Mães, mas todos os dias.
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Sobre a Maternidade nas Empresas
Trabalhamos desde 2017 para o fortalecimento da equidade de gênero e a valorização da parentalidade no universo corporativo. O conceito de nossa metodologia nasce de um núcleo integrado de conhecimentos: Equidade de Gênero + Parentalidade no Trabalho + Employee Experience + Dilemma-Driven Design.
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