O Brasil não tem muito o que comemorar quando o tema é paternidade. Ter um pai presente – e já estamos no século XXI – ainda é um privilégio para poucas crianças brasileiras.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que concentra informações de 7,6 mil cartórios de todo o país, cinquenta e sete mil recém-nascidos foram registrados sem o nome do pai de janeiro a abril deste ano.
E a situação ainda pode ser pior se pensarmos que parte dessas crianças que carrega o nome do pai, não necessariamente o têm no dia a dia.
Por outro lado, podemos destacar movimentações no sentido de valorizar, cada vez mais, o papel do pai – com real participação e interesse dos homens no cuidado de filhos e filhas
Pai: presente para a família
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Papo de Homem (2016), em parceria com a ONU Mulheres, revelou que 8 em cada 10 homens gostariam de ficar mais tempo com seus filhos e filhas, não bastando apenas o convívio aos finais de semana, mas sim cumprindo seu papel social de pai no convívio diário, participando do crescimento da prole.
“Apesar dessa vontade declarada pelos homens, as mulheres ainda são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado do mundo. Precisamos entender – individualmente, nas empresas e na sociedade – o que falta para transformar esse discurso em realidade”.
Ismael dos Anjos – consultor sobre masculinidades, equidade de gênero e raça e coordenador de pesquisa do documentário “O Silêncio dos Homens”.
A “paternidade ativa” – termo que gera desconforto em algumas pessoas, designa um movimento que encerra o ciclo do homem enquanto provedor da casa – prevê um pai cuidador, ao passo que a mulher também torna-se provedora e cuidadora.
“A “paternidade ativa” nada mais é do que a “paternidade”. Não existe outra. Quando você adjetiva como ativa, você está dizendo que a paternidade é algo facultativo, opcional. A paternidade surge junto com a criança”
Humberto Baltar – Fundador do Coletivo Pais Pretos Presentes
Quando o pai passa a exercer as funções do cuidado com seus filhos e filhas (pensando num contexto de heteronormatividade, em que a divisão do cuidado se estabelece com parceiros homens), alivia-se a pressão sobre a mulher, permitindo que ela também se dedique à sua carreira.
Pai presente para a sociedade
Vale lembrar que, segundo uma pesquisa do Instituto Catalyst, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a equidade de gênero é uma forma importante de se promover a felicidade e o bem-estar em uma sociedade. E porque não, nas organizações. A pesquisa ‘Delivering Through Diversity, da McKinsey & Company – empresa de consultoria empresarial americana – mostra que a paridade de gênero na alta liderança das organizações é determinante para maiores chances de lucratividade nos negócios.
Os benefícios de se ter um pai presente se estendem, também, aos filhos e filhas. Estudos internacionais mostram que a maior participação dos pais leva a efeitos positivos, como a melhora da autoestima das crianças e, consequentemente, um melhor desempenho delas no ambiente escolar. No caso dos meninos, é importante ressaltar, esse convívio pode fazer com que eles sejam pais mais engajados futuramente.
Outra pesquisa da National Academy of Science comprovou que os homens tendem a ficar mais sensíveis e cuidadosos ao se tornarem pais. Isso pode ser explicado pela redução significativa dos níveis de testosterona – principal hormônio masculino que contribui para a agressividade.
Pai presente: qual a responsabilidade das empresas?
Colocar o pai no mesmo mundo de suas crianças também é responsabilidade das empresas. Essa prática cria um elo de cumplicidade e confiança entre a empresa e as pessoas do time, fazendo com que elas se sintam confortáveis para serem quem são, o que favorece a inovação e aumenta os resultados de negócio. As datas comemorativas podem ser uma excelente forma de reforçar esse posicionamento em sua empresa.
Ações para “incentivar” a figura do “pai presente”.
Conheça talks especiais para inserir os homens da sua empresa na pauta do cuidado: “Pai presente e as diversas paternidades” e “O que os filhos e filhas ensinam para a carreira”.
Além dos talks, você deve conhecer o EquiGame:: o Jogo da Equidade – uma experiência contagiante que envolve ações virtuais para todas as pessoas do time.
Se pretendemos, enquanto sociedade, viver em um mundo com maior equidade, prosperidade e felicidade, é fundamental promover reflexão acerca das paternidades e agir! Não tem erro: quando as pessoas crescem, as empresas também crescem e lucram mais. Vem com a consultoria Maternidade nas Empresas transformar essa realidade.
Este texto foi escrito por:
Luciana Cattony
TEDx Speaker, Sócia Fundadora da consultoria Maternidade nas Empresas e Mestra em Design Estratégico.
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Sobre a Maternidade nas Empresas
Desde 2017, atuamos nas empresas para fortalecer a equidade de gênero pela valorização da parentalidade no universo corporativo. Para aumentar a representatividade feminina, em especial nos cargos de liderança, é preciso criar políticas efetivas de apoio às mães.
Pelo acolhimento de mães, pais e figuras parentais no universo corporativo, aumentamos o engajamento e a produtividade, contribuímos para criação de um ambiente psicologicamente seguro, em que todas as pessoas se sintam pertencentes, o que favorece a inovação.
Contribuímos para um olhar mais humanizado da liderança, aumentando a percepção de bem-estar da sua comunidade (interna e externa), contribuindo para uma sociedade mais justa, ética e sustentável. Oferecemos soluções com domínio de metodologias e ferramentas, pesquisa constante e uma boa dose de cuidado e criatividade.